domingo, 16 de novembro de 2008

Pelo teu aniversário de um ano e meio

Sexta-feira, 7 de Novembro de 2008
Pelo teu aniversário de um ano e meio Você veio com cheiro de surpresa,
estrela cadente, milagre de idéias, dimensões minúsculas em gigantescas
proporções. Milênios de evolução condensados em uma forma misteriosa,
novelo delicado respirando na placenta. Então você nasceu, pura
necessidade de vida a correr pelas veias e se esparramar pelas
expressões. E você se expressou. Aprendeu a rir com barulho, sustentar a
cabeça, apontar para as coisas, despertar amor e beijar. Aprendeu a
gostar de desenhos, a mexer no que não devia, a fazer carinho quando a
gente nem esperava, a cantar numa linguagem incompreensível, a dormir
segurando nossa mão, a balançar os seus potinhos. E por isso eu te amo:
por você ser você. Presente, promessa, expectativa, perspectiva de
mundo, tradução da esperança, do recomeço redivivo, do instinto sobre a
matéria, do amor sobre as coisas dos homens, da força sacrossanta da
inocência. Eu te amo porque você está conosco, porque faz dos nossos
dias tão alegres, ou tão exaustivos, ou tão ternos, ou tão doces, ou tão
prenhes - Mas, sem dúvida, você sempre faz algo com nossos dias. E
também por isso eu te amo. Mas não te amo só por isso, embora pudesse
ser bastante. Te amo por todos esses e por muitos mais motivos que
caberiam na gota de um orvalho, no barulho da chuva, numa risadinha sem
querer - Mas não cabem nas minhas palavras, por mais que eu as force ou
exprima, ou espiche ou comprima. Quando o assunto é amor, quando o
assunto é você e o que fez em nós, tudo é pouco demais, enquanto o
"pouco" decerto é suficientemente loquaz.

sinto-me plena